Os enjoos

Como se as mudanças de humor já não fossem suficientes, juntem a isso uma boa dose de enjoos de manhã, tarde e noite. E o que fazer nessa altura? Não se mostrem muito solícitos, mas também não fujam a sete pés. Ignorem-na, sem ignorar. Tentem parecer neutros. Sem grande neutralidade, claro. No fundo, joguem o belo jogo de tentar ser uma coisa, sem parecer ser essa coisa, sem dar a entender que estão a tentar ser uma coisa sem parecer ser essa coisa. Perceberam?

Ah, e nunca, em circunstância alguma, vomitem quando a vossa mulher está enjoada. Repito, nunca vomitem ou demonstrem vontade de vomitar. O desenlace será uma tragédia, e tudo o que vocês menos querem é uma tragédia, onde um dos papeis principais é desempenhado por uma grávida.

Outra coisa importante, é não aparecer em casa com histórias de que a Cátia Vanessa também continuava enjoada aos quatro meses, ou que a Fernandinha passou os nove meses como se estivesse em pleno alto mar do norte da Europa. Eu sei que a vossa intenção é boa e querem mostrar como o enjoo da vossa grávida é normal. Mas isso nunca vai resultar. Elas não querem saber dos enjoos das outras, e muito menos querem conceber a ideia de que isso pode durar nove meses!

Manual:

Introdução

Capítulo I - O humor

Capítulo II - Os desejos

Perante a falta de uma matrícula, qualquer bocado de cartão com a matrícula pintada já serve.

E perante a falta de logótipo com a marca do carro, umas tiras colantes pretas resolvem o problema. Ainda bem que era um Volkswagen... Se fosse um Peugeot era bem mais difícil de imitar o leão.