What do you quer? No plate? Pão?
Filipe Consciência
Quando vou a um food court, se houver um h3 é muito provável que acabe por comer lá. Os hambúrgueres são bons e apesar das filas muitas vezes terem longos metros, a espera compensa.
E a avaliar pelo movimento sempre intenso, e pela quantidade de h3 que já abriram, não sou o único a pensar o mesmo. Mas não só os portugueses que gostam de passar pelo h3. Cada vez vejo mais turistas nas filas.
Algo perfeitamente normal, atendendo ao aumento de turistas em Lisboa e Portugal. O que já não acho normal é ver a incapacidade que alguns empregados do h3 têm para falar outras línguas.
O normal seria que um estrangeiro se esforçasse por tentar dizer algumas palavras no idioma do país que está a visitar, tal como nós portugueses fazemos assim que saímos do país. Mas em Portugal isso raramente acontece. São poucos aqueles que se esforçam minimamente. Os outros, ou seja nós, é que têm de saber falar a língua deles ou uma língua mais universal.
Talvez por isso haja quem defenda com unhas e dentes que não devíamos ceder. Aqueles que nos visitam é que têm de se esforçar por se fazer entender. E eu em parte até concordo.
Mas a verdade é que para um negócio funcionar bem, dá jeito atrair todos os clientes possíveis. E isso implica saber receber os estrangeiros e saber, pelo menos minimamente, comunicar com eles.
Porém, no h3 mais perto do meu trabalho, onde cada vez há mais turistas, já presenciei por 2 vezes cenas lamentáveis com turistas. O título deste post é mesmo verdadeiro.
"What do you quer? No plate? Pão?"
Sim, eu ouvi mesmo isto. E nenhum dos outros 4 empregados ao balcão foi capaz de ajudar, apesar dos pedidos de ajuda da funcionária aos colegas.
Nenhum dos 5 funcionários do balcão do h3 sabia perguntar coisas básicas em inglês. Tive que ser eu a fazer de tradutor. Mas não foi caso único. Umas semanas depois deparei-me com a mesma situação. Um francês, e respetiva família, não percebiam nada sobre o ponto da carne. E a funcionária (diferente da situação anterior), bastante nervosa, só dizia para os colegas:
"Eu nem sei dizer em inglês, quanto mais em francês..."
Do nada, surgiu entretanto uma funcionária da cozinha que falava francês na perfeição e conseguiu falar com os clientes.
Mas atenção que este não é um problema exclusivo do h3 perto de mim. Já assisti a outro caso semelhante no h3 do Corte Inglés.
Este post não é uma crítica a nenhum funcionário do h3. Até porque em parte concordo com a teoria de que os outros é que têm de fazer um esforço por comunicar. Eles é que nos estão a visitar. Mas era essencial que, pelo menos, os empregados soubessem fazer aquelas perguntas básicas em inglês. Pelo menos na "língua universal". Não é preciso saber discutir os temas da atualidade. E por isso esta é uma crítica ao próprio h3, que devia, até para seu bem, proporcionar aos seus funcionários uma breve formação em inglês.
Não me venham com teorias de custos para a empresa. Em último caso, bastava simplesmente distribuírem um guião em inglês pelos funcionários. E se houvesse dúvidas, era só olhar para lá (ou mostrar aos clientes). Caso isto já aconteça, então peço desculpa ao h3 mas não é isso que parece.
Por fim, acredito piamente que isto não é um "problema" exclusivo do h3. Eu é que nunca presenciei situação semelhante noutro local. Bem pelo contrário.