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Filipe Consciência

Filipe Consciência

30.06.17

Portugal não presta. Mas posso ser Português??


Filipe Consciência

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No âmbito da minha profissão, lido com diversos estrangeiros que pretendem vir viver para Portugal (ou pelo menos adquirir a nacionalidade portuguesa). "Fogem" de países politicamente instáveis, de economias que poderiam ser muito mais fortes e de uma sensação de insegurança. Chegam à procura do Paraíso, confiantes numa economia (aparentemente) mais estável e com perspetivas positivas, e num país bem mais seguro. São atraídos pelas diversas ações de marketing que o Turismo de Portugal desenvolve no estrangeiro, pelo clima e pelas pessoas.

 

Tudo faz sentido, é legítimo, e cá estaremos para recebê-los de braços abertos, tal como desejamos que façam os habitantes dos países para onde os nossos portugueses emigram.

 

No entanto, há algo que não consigo compreender ou aceitar - as críticas ao país que os vai acolher. Sem querer generalizar, mas partindo da minha experiência, já não é o primeiro brasileiro que, ao falar comigo, critica Portugal e sua burocracia, dizendo até que somos nós, Portugueses, os responsáveis pelo mal que funciona a burocracia e política no Brasil. Porque, no fundo, fomos nós que levámos tudo para lá.

 

Já foram vários os brasileiros que me disseram: "Agora entendo porque é que o Brasil não funciona. Aprenderam com vocês."

 

Profissionalmente estou impedido de o fazer, mas a resposta que mereciam era:

- aprenderam connosco, mas foram incapazes de alterar o mal e melhorar o que têm;

- e se somos tão maus, se Portugal funciona assim tão mal, então porque é que querem vir para cá?

 

Mas isto não é uma questão exclusiva do Brasil. Já ouvi outros estrangeiros, interessados em vir para Portugal, criticando severamente o país que os vai acolher, defendendo como o país de origem é melhor.

 

Ora então porque é que escolhem Portugal???

 

Eu fico satisfeito que venham para cá, e tenho um enorme prazer em mostrar tudo o que a minha cidade e o meu país tem de tão bom. Mas não me venham dizer que isto não presta e que onde vivem é muito melhor. Para isso fiquem lá, pois assim é como alguém a morrer à fome e criticar o tipo de comida que lhe oferecem.

 

Sempre ouvi dizer que quem está bem não se muda. Ou que só se muda para melhor. 

28.06.17

Chef arrasa com crítica negativa apenas com uma linha


Filipe Consciência

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Texto original

Por Peter Basildon, a 26 de junho de 2017 no Fine Dining Lovers

 

Sempre que vemos uma resposta do dono de um restaurante a uma crítica negativa temos de fazer o respetivo destaque.

 

As nossas favoritas são normalmente aquelas em que o Chef decide arrasar uma crítica online, principalmente quando o faz com humor.

 

De vez em quando, basta apenas uma resposta curta, direta e honesta, e uma crítica negativa pode ser desfeita de forma muito eficiente.

 

Como aconteceu com a crítica ao restaurante Halal Guys feita por um crítico online que disse que não estava satisfeito com o cordeiro que tinha comido. Qual é o problema? O restaurante não vende cordeiro - nada!

 

"Quando eu quero cordeiro, espero qualidade que esteja de acordo com o preço. Halal Guys não consegue isso.

Para o produto que servem, eles são muito caros. O espaço é interessante, mas simples em comparação com outros estabelecimentos na zona.

E no fim... eles são outro restaurante de fast food... se conseguirem imaginar um sítio pior do que o McDonalds.

 

Não liguem às críticas com 4 ou 5 estrelas. Classifiquem tudo de acordo com o verdadeiro sabor.

 

Se preferir uma excelente variedade de cordeiro de qualidade, visitem Acropolis Cuisine em Metairie.

Se procura por uma refeição rápida em NOLA experimente o Cleo's Mediterranean Cuisine."

 

Resposta do dono do restaurante:

"Olá Patrick, pedimos desculpa pela sua experiência menos satisfatória. Informamos apenas que não há nenhum prato no nosso menu que inclua cordeiro. Os nossas opções para pratos ou sandes são galinha, vaca ou ambas. Obrigado pelo feedback."

 

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26.06.17

Não havia necessidade, UNICEF...


Filipe Consciência

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Há uns dias uma senhora pedia donativos para a UNICEF junto ao Corte Inglês. A minha mulher ia a passar e respondeu educadamente:

"Peço desculpa, mas agora não."

 

Nada do outro mundo, algo perfeitamente banal e repetido por muitos dos que são abordados por pessoas que estão a pedir dinheiro seja para o que for. 

 

Resposta da senhora:

"Podia pelo menos dar um sorrisinho!"

 

A sério? Ai afinal era um sorrisinho que a UNICEF precisava? Era com um sorrisinho que se conseguia ajudar todos aqueles que mais precisam e que a UNICEF tanto ajuda?

 

Eu percebo, e já escrevi aqui, que deve ser ingrato andar pelas ruas a pedir dinheiro para causas em que acreditamos e pelas quais batalhamos, e receber "nãos" constantemente. Mas a vida é assim e ninguém é obrigado a ajudar. Ninguém tem de dar um cêntimo.

 

E uma pessoa pode não dar a quem pede na rua pela UNICEF, mas contribuir frequentemente através dos outros métodos que a UNICEF disponibiliza. Como acontece connosco.

 

Já ajudámos (e muito) a UNICEF a desempenhar o seu papel essencial neste mundo. Mas ajudamos como queremos e quando queremos.

 

E se não queremos dar a quem pede na rua para a UNICEF, e respondemos com educação, não temos de levar bocas por trás.

 

Se alguém responsável pela UNICEF Portugal estiver a ler isto, veja se aprimora esta questão nas próximas reuniões com os colaboradores, porque é a vossa imagem que fica mal no fim. E muitos, com estas bocas, são bem capazes de nunca mais ajudar. É triste, mas é assim. 

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