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Filipe Consciência

Filipe Consciência

09.10.23

Israel e a guerra mais do que anunciada


Filipe Consciência

 

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Palestina, Agosto 23 - Em julho fui avisado por clientes e amigos que dentro de 3/4 meses haveria uma grande guerra em Israel com consequências desastrosas.

Alguns pediram-me para ajudar a tirar as filhas de Israel, outros pediram para abrir contas em Portugal para mover o dinheiro de Israel, outros pediram para tentar acelerar processos em curso para se mudarem para Portugal, etc. No geral, a preocupação com o que viria, e certeza do que iria acontecer, era bastante palpável.

Nada disto é novo para mim, que trabalho diariamente com Israel desde 2015, mas percebi que, desta vez, seria algo pior.

Há 2 meses, em agosto, regressei pela terceira vez a Israel, confiante, dentro do possível, de que estaria em segurança, e levei a família. Afinal de contas, a guerra começaria em outubro, novembro.

Reinava um sentimento de aparente calma, e até estranhei bastante porque para entrar e sair da Palestina, e ao contrário da última visita, não passei por qualquer controlo militar. A fronteira estava aberta. Às perguntas feitas aos israelitas e palestinianos que nos ajudaram a passar entre territórios a resposta foi sempre evasiva. Por alguma razão, na zona onde estávamos conseguíamos fazer o impensável, mudando apenas de carro (cada um com a respetiva matrícula).

Olhando agora para trás, são muitas as perguntas, mas há uma que se sobrepõe. Se eu, e tantos israelitas, sabíamos que a guerra começaria em outubro/novembro, o que falhou a nível militar e do governo?


E a fronteira, naquela zona pouco movimentada, aberta para quem quisesse, provavelmente repetida noutras localizações, não seria já um prenúncio do que iria acontecer com os terroristas a terem porta aberta para passar?

Tenho um amigo na frente de batalha, outros à espera, clientes reféns dos terroristas, o WhatsApp cheio de vídeos e imagens que não queria ver, e sinto uma tristeza enorme por mais esta guerra, num território que me diz tanto…