Casa de Chá da Boa Nova, 1 estrela Michelin - Maior surpresa 2016
Filipe Consciência
Começamos os prémios Só entre nós 2016 em grande, com a categoria "Maior surpresa 2016", cujo prémio vai para a incrível Casa de Chá da Boa Nova.
Já conhecíamos o trabalho do Chef Rui Paula (crítica ao DOP aqui) e tínhamos a certeza que a Casa de Chá da Boa Nova deveria ser um ótimo restaurante. Mas nunca imaginámos que fosse assim tão bom. Daí merecer a vitória nesta categoria.
A nossa visita foi anterior à divulgação do Guia Michelin 2017 (umas semanas antes), mas ficou imediatamente claro que este era um restaurante merecedor de uma (ou mais) estrelas Michelin.
A começar pelo incrível espaço. Situado em Leça da Palmeira e construído sobre os rochedos a dois metros do mar, este restaurante é um marco arquitetónico português, obra do "nobel" da arquitetura Siza Vieira e classificado como monumento nacional em 2011.
Mas para além de um marco arquitetónico, a Casa de Chá da Boa Nova é um marco gastronómico a não perder. Escolhemos o Menu Boa Nova (€85 por pessoa) que começou em cheio:
Rosas (dispostas numa jarra no meio da sala, cortadas e servidas aos clientes) recheadas com guacamole de camarão. Receção agradável e muito fresca.
Corneto de crème fraîche com ovas de salmão.
Um fabuloso "bacalhau espiritual".
Macarron de tinta de choco.
Sempre tudo ao mais alto nível. Seguiram-se os pães: pão de couve portuguesa, pão de azeitonas e pão rústico.
E as manteigas.
Quando era expectável que começasse o menu, foram ainda servidos mais dois momentos verdadeiramente perfeitos.
Tártaro de atum com lima e menta.
Polvo na rocha e salada de polvo. Este último momento estava incrível e foi um dos pontos altos da refeição.
Começando então com o menu:
Enguia (beterraba, tutano e pata negra).
Lagostim (porco, ostra e maçã).
Caldeirada (peixe da nossa costa, lula e petinga).
Robalo no seu habitat (bivalves, algas e salsafi).
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Antes da passagem para o prato da carne, outro dos momentos da refeição - quando os vidros das janelas descem e o ar, sons e cheiros do mar entram pela sala do restaurante. É um momento incrível, e muito bem pensado. Em segundos o restaurante transforma-se e os dois espaços, interior e exterior, tornam-se num só, aproximando ainda mais o mar dos clientes. Perfeito.
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E, claro, a oportunidade de sair e fotografar a vista.
Entre costela de wagyu (cantarelo, amaranto e couve-flor)
Todos os pratos conseguiram alcançar o tão desejável (e difícil) equilíbrio de sabores, não apresentando qualquer ponto negativo.
Passando à parte mais doce da refeição:
Romeu e Julieta
E duas sobremesas maravilhosas cujos nomes, infelizmente, não apontei.
Para terminar, as mignardises.
Serviço excelente, espaço espetacular e comida perfeita.
Só entre nós, a Casa de Chá da Boa Nova foi mesmo a maior surpresa gastronómica de 2016.